Foram 19 dias de viagem e 4.550 km rodados com o modelo de entrada da Honda. Eles visitaram três países da América do Sul.
Texto: Vinícius Piva
Grandes viagens pressupõem grandes motocicletas, certo? Nem sempre. Os amigos Marcelo Dias e Gilson Soares estavam dispostos a sair do lugar comum e fazer uma viagem desafiadora, que rompesse as fronteiras do Brasil, mas sem o conforto e a potência das big trail, as preferidas para este tipo de uso. A ideia era dar um tempero especial a cada quilômetro rodado. Assim, resolveram fazer um tour por países da América do Sul com uma Pop 100 para cada, o modelo mais barato da linha Honda.
O trajeto escolhido contemplava um pequeno trecho no Brasil, depois
Bolívia, Chile e Peru. A saída foi de Porto Velho (RO) e a única certeza
naquele amanhecer era a imprevisibilidade de uma viagem tão longa com
duas pequenas motos de 97cc e 6 cv de potência. Depois de 330 km e 7
horas, a dupla chegou a Guajará-Mirim, ainda em Rondônia, fazendo uma
média de 36 km por litro de gasolina. Tudo correu bem.
Na Bolívia, a falta de tráfego de veículos (e de postos de combustível)
entre Riberalta e Rurrenabaque os obrigou a comprar 16 litros de
gasolina em garrafas plásticas de 2 litros cada. Curtiram um pouco da
beleza de Rurrenabaque, cidade organizada e cujo foco está no turismo
pesqueiro, e seguiram em frente. Na saída de lá, um susto. O motor de
uma das motos perdera potência e suspeitaram que seria o fim para a Pop,
ainda no primeiro país. “Ao examinar, percebi que era apenas uma vela
solta”, lembra Marcelo Dias.
Nos primeiros quilômetros percorridos da Estrada da Morte, pegaram uma
ponte em construção. Enquanto um se encarregava de atravessar as duas
motos, o companheiro ficou responsável por filmar o grande momento. Mais
para frente se depararam com nova ponte inacabada. Parecia um pesadelo
em que, não bastasse a baixa velocidade média das motos, sempre
surgiriam dificuldades para retardar mais o avanço no roteiro. “Não teve
jeito, retiramos todos os equipamentos das motos para atravessarmos
carregando as duas com ajuda dos operários. Ao nosso lado estava um
precipício”, diz o aventureiro. Pegaram chuva de granizo, uma das motos
não passava de 30 km/h, mas chegaram exaustos e felizes.
Seguiram em direção ao Peru e em Puno, cidade no altiplano onde fica o
lago Titicaca. A mais de 4.000 metros, desgastados pela altitude,
pararam para recuperar o fôlego, superar o incômodo da falta de oxigênio
e então prosseguir em segurança. Ficaram dois dias na cidade para
conhecer a região do lago.
A dupla voltou ao país pela cidade de Assis Brasil, no Acre, após 19
dias de viagem, 4.550 km rodados de Pop e R$ 5 mil gastos entre
hospedagem, alimentação e combustível. As pequeninas 100 continuam
rodando, agora dentro do Brasil, sem nenhuma sequela.
Talvez o mais difícil para realizar uma viagem assim, seja encontrar um parceiro.
ResponderExcluirParabéns aos motociclistas, sucesso e muitos kms pela frente.
Parabens aos verdadeiros estradeiros, ja fiz muitas viagens de moto, umas com pequenas motos ( xtz 125, ml125, xlx250) e outras com motos grandes, e o q vale é o prazer de estar na estrada...e as amizades solidificadas no trajeto.
ResponderExcluirObrigado! A proxima ja estou planejando
ResponderExcluirSaindo de Porto Velho Ro..seguindo para Humaitá...Santarem...Belem..Maranhão...retornando por Brasilia...Goiania..Cuiaba...e Porto Velho Ro...acho que 8 mil km..
ResponderExcluir