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sexta-feira, 29 de maio de 2015

História: Honda CBR 450SR, mais bela do que fera

A missão era brigar com a Yamaha RD 350LC. E o resultado foi a criação de uma das nacionais mais belas já produzidas

 
Texto: Marcelo Assumpção             fotos: Caio Mattos






Na Honda de meados dos anos 1980 os diretores receberam pesquisas em que clientes pediam um novo modelo de média cilindrada mais “jovial”. Eles sabiam que a CB 450 não poderia fazer frente à Yamaha RD 350LC nesse sentido, e que de fato havia um abismo de preço até a CBX 750F onde caberia um novo modelo. Assim nasceu a brasileira CBR 450SR: bela com sua carenagem integral, pintada de branco com listras vermelhas (as outras versões tinham listras azul-marinho ou cinza sobre pintura preta).


Não era mera maquiagem de uma CB 450. A CBR era de fato uma nova moto desde o chassi, com vigas de seção retangular prateadas como nas esportivas japonesas, só que reproduzidas em aço. As rodas de liga leve de 17 polegadas com pneus de perfil baixo conferiam uma agilidade que a CB nunca teria, até porque todas as suas medidas eram menores. Já os freios com discos ventilados e de maior diâmetro também tinham pinças mais modernas, que garantiam reduções eficientes, enquanto o amortecedor traseiro único assegurava precisão nas curvas.


Sobrava conjunto para o motor da CB, que no novo modelo roncava diferente pela ponteira única e havia passado por modificações no cabeçote, comando de válvulas e carburador a vácuo. Com ajuda de uma nova caixa de ar e seu sistema de captação mais eficiente, o resultado foi a elevação da potência de 43,3 cv para 46,5 cv às mesmas 8.500 rpm e queda do torque de 4,3 kgf.m a 6.500 rpm para 4,2 kgf.m a 7.000 rpm, permitindo à CBR atingir 100 km/h em 6s6 e alcançar 175 km/h.   


Quem montava no banco notava o tanque de encaixe anatômico para as pernas, a tampa embutida, semi-guidões mais baixos e um inédito painel de três mostradores redondos com o conta-giros central. Nada que se produzia no Brasil daquela época parecia tão sexy e contemporâneo. 


 Contra a maré

Se por um lado o motor da CB não foi um avanço tecnológico e seguia manso quando comparado ao da RD, isso faria da CBR uma moto acessível a mais motociclistas. Não era preciso domar as manhas do motor 2 tempos, nem conviver com a fumaça do óleo queimado em mistura com a gasolina. A surpresa foi o anúncio do preço que chegava ao dobro do modelo da Yamaha. A esta altura a receita da Honda poderia soar natimorta, mas o fato é que desde o começo diminuiu as vendas da RD e se manteve à frente até a saída de linha da concorrente, em 1993.


O período de abertura das importações foi um choque principalmente para os modelos nacionais de maior cilindrada, que estavam tecnologicamente defasados diante das importadas. Não foi diferente com a CBR, que resistiu até o começo de 1995 basicamente através de alterações em cores e grafismos.


 

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