Procure nos classificados pela Suzuki GSX 750F: surgirão poucas
unidades à venda. Agora tente buscar por "Suzuki Mônica". Pronto: são
centenas de anúncios da sport-touring da marca japonesa que tinha
proposta mais estradeira do que a da sua irmã radical, GSX-R 750.
Tudo vem do conjunto óptico duplo da 750F, cuja forma lembrava os
famosos "dentões" da personagem do cartunista Maurício de Sousa.
Bem humorados e espirituosos, os motociclistas costumam colocar
apelidos -- alguns carinhosos, outras nem tanto -- em diversos modelos.
Quem nunca ouviu falar da famosa "Sete-Galo"? Este é o apelido da Honda
CB 750, como referência ao número da ave no jogo do bicho.
Conheça estes e outros apelidos curiosos de motos:
Ela não fez tanto sucesso como sua irmã mais esportiva, a GSX-R 750,
mas teve fãs leais na década de 1980. Tudo por conta do conforto e motor
vigoroso de quatro cilindros com mais de uma centena de cavalos. Embora
os primeiros modelos tivessem um farol único, a versão foi reformulada
no final dos anos 1990. Ganhou dois faróis ovalados, que lhe renderam o
apelido.
Em 1989, a Honda decidiu dar uma cara mais esportiva para sua famosa CB
450, naquela época o sonho de consumo de 10 entre 10 motociclistas.
Para isso, encheu-a de carenagem e criou a CBR 450 SR: o desempenho era o
mesmo, mas se você quisesse uma esportiva, era o que tinha. Em 1993,
adotou grafismos rosa e roxo ao melhor estilo "new wave". Pronto: as
cores chamativas da roupagem foram igualadas pelos fãs à embalagem do
chiclete.
O início dos anos de 1970 assistiu a uma invasão das motos japonesas em
todo o mundo, inclusive no Brasil. A Yamaha, vencedora nas pistas com
suas motos de 250 cc e 350 cc, criou a RD 350 (o RD significava "Race
Developed", desenvolvida pra corridas). Com um potente motor dois
cilindros dois tempos, a Yamaha RD 350 tinha um desempenho elevado para
época: 39 hp a 7.500 rpm. E, embora tivesse freio a disco na dianteira,
outra raridade naqueles tempos, frear não era seu forte: daí o apelido
em referência à aranha que mata seu companheiro após o acasalamento.
Lançada em 1976, a CG está para os motociclistas como o Fusca está para
os motoristas de automóveis. Todo mundo começou -- ou pelo menos já
pilotou -- uma Honda CG 125 na vida. Seu sucesso é tanto que até hoje a
CG ainda está em produção, porém com desenho atual e motor de 150 cc com
injeção. Da década de 1970 até os anos 1980, tinha tanque e tampas
laterais com formas arredondadas. Essa é a tal CG Bolinha.
Quem hoje vê a linha GS da BMW, a Yamaha Crosser e outras motos de uso
misto com aquele para-lama alto e prolongado nem imagina onde essa
tendência surgiu. À sua época, foi tão diferente que ganhou o apelido de
"Bico de Pato". A Suzuki DR 800, precursora do estilo com um dos
maiores motores de um cilindro já fabricados, foi lançada em 1990 e seu
design bicudo ainda é tendência.
Na década de 1970, chegou ao Brasil a Honda CT 90. Uma pequena moto,
com motor de um cilindro, 89 cc, e embreagem rotativa, como nas atuais
Biz. Por ter perfil utilitário, com um bagageiro no lugar do assento
para garupa, e voltada para o fora-de-estrada, com pneus biscoito e
escapamento alto, a pequena CT90 ficou conhecida como "Fazendeira".
A Yamaha DT 200 veio substituir o modelo de 180 cc no início da década
de 1990. Com o motor de maior capacidade cúbica, foi preciso instalar
refrigeração líquida e a Yamaha também adotou uma única aleta no lado
direito do tanque para direcionar melhor o fluxo de ar. O design parecia
um pouco desequilibrado e os criativos motociclistas brasileiros
apelidaram a primeira DT 200 de "Van Gogh", o famoso pintor holandês que
teve a orelha cortada.
Em 1984, a CB 400 era a big-naked da época, mas a Honda decidiu
atualizar o modelo e ampliar a capacidade cúbica do motor, surgindo
assim a CB 450. Entretanto, ainda manteve em produção uma versão da CB
400 com o visual da 450. Como era produzido em Manaus (AM) para o
mercado brasileiro, recebeu o apelido "Tucunaré", peixe típico dos
nossos rios.
O apelido poderia servir a qualquer moto de 750 cc, pois o numeral 50
era o número do Galo no jogo do bicho. Entretanto, esse apelido ganhou
fama com a Honda CBX 750F, que chegou ao Brasil em 1986 e foi fabricada
até 1994 em diversas versões -- todas equipadas com o excelente motor
tetracilíndrico de exatos 747 cm³. Alguns motociclistas mais antigos
afirmam que na década de 1970, a antiga CB 750 já tinha esse apelido.
A maioria dos trilheiros no Brasil começou a praticar o motociclismo
fora-de-estrada com a Yamaha DT 180 ou com a Honda XL 250R, lançada em
1984. Mas em 1987, os motociclistas queriam algo mais e a Honda lançou a
XLX 350R, que por seu motor maior ganhou o apelido de "Xiselão" por ser
maior que a XL. Assim como a versão menor, a XL 125 ficou conhecida
depois como "Xiselinha".
Arthur Caldeira
Da Infomoto
Da Infomoto
Fonte: Infomoto