A clássica 7 Galo ganha preparação de época e pintura inspirada na guitarra Fender do dono
Décadas depois das clássicas inglesas, precursoras das transformações
ao estilo café racer na década de 1960, o retorno desse estilo encontrou
farto apoio nas antigas Honda CB. A popularidade das japonesas e
relativa facilidade com que são encontradas, mesmo combalidas à espera
de um renascimento, é o ponto de partida perfeito para quem busca uma
clássica personalizada. Esse contexto fez da icônica Honda CB 750 uma
das preferidas para as transformações, trabalho a que o restaurador José
Peloso Filho, o Zezé da Recar, vem se dedicando nos últimos anos.
“Comprei essa moto e comecei a modificar para mim, do jeito que eu
gosto”, conta. “No fim da montagem apareceu um cliente querendo comprar e
me perguntou se faríamos uma pintura degradê inspirada em guitarras
Fender das quais é fã.” A CB 1974 foi vendida e agora roda com uma
estética muito particular, que mostramos em detalhes aqui.
Ciclística
O garfo dianteiro de suspensão foi mantido original, mas a traseira
ganhou amortecedores Marzocchi com reservatório de gás e molas
revestidas de couro caramelo como o do banco; um amortecedor de direção
completa o pacote de estabilidade. Novos aros de alumínio pretos
reforçam a estética esportiva e foram calçados em pneus vintage. Os
freios são originais, com um disco dianteiro e tambor na traseira: além
da revisão ganharam flexível revestido por malha de aço (com capa preta
para não destoar) e acabamento polido no componente de trás.
Motor
Os 4 cilindros voltaram a roncar depois de uma retífica completa,
receberam pintura preta e tampas Japauto com aletas (acessório de
época). Ar é aspirado diretamente por cornetas instaladas nos
carburadores, protegidos por delicadas telas metálicas, para depois ter
os gases expelidos por um escapamento 4x1 curto, sem abafador. O
reservatório de óleo foi deslocado da tampa lateral direita para debaixo
do banco, com bocal alocado na parte da frente do assento,
incrementando o visual e facilitando o acesso no abastecimento.
Estilo
O tanque de combustível é o primeiro ponto de atração da CB, com
pintura cobre emoldurada pelo degradê em preto. A cor principal
influenciou a escolha pelo couro caramelo do banco e parte central do
tanque, ambos com costuras formando losangos (matelassê). Do lado
esquerdo foi instalado um visor que revela a gasolina do reservatório e
na parte superior uma tampa estilo Monza, apenas com trava, dá acesso
direto ao bocal. Os guidões Tomazelli, fixados diretamente nos tubos da
suspensão, receberam alavancas reguláveis, manoplas marrons e retrovisor
apenas do lado esquerdo. Um grande painel circular domina a visão do
piloto e remete às raras inglesas Vincent HRD 1000 do fim dos anos 1940,
moto mais rápida de sua época. Outra homenagem à tradição
motociclística inglesa é a placa redonda para licença instalada na
bengala dianteira. A rabeta plana arremata a moto acompanhando a linha
do banco e embutindo uma variação mais arredondada da lanterna
original.
Fonte: www.revistaduasrodas.com.br