Quem viaja pelas estradas brasileiras
deve ter notado o aumento significativo de motos circulando nas
rodovias. Muitos desses usuários são motociclistas novatos que optaram
pelas duas rodas em detrimento ao transporte público. Devido a pouca
experiência e à falta de orientação no processo de habilitação, muitos
se colocam em risco ao executar manobras perigosas na rodovia.
Grande parte desses erros e imprudências
acontece porque pilotar na estrada não é a mesma coisa que conduzir em
uma via urbana. Pelo contrário: existem diferenças fundamentais entre a
estrada e as avenidas. A começar pelo maior espaço necessário para a
frenagem, pois a velocidade de rodagem é mais alta; outra é a
necessidade de se atentar ao ritmo dos outros veículos, para não
atrapalhar o fluxo ou se envolver em situações arriscadas. Confira
algumas dicas para rodar com segurança em rodovias e estradas.
Entrar na estrada
Na hora de entrar na estrada é preciso ficar atento à distância e à velocidade dos veículos que já estão na pista. O mais indicado é ganhar velocidade no acostamento, acompanhando a faixa pontilhada, e depois entrar na faixa (da direita) da via.
Alguns motociclistas têm o péssimo (e
perigoso) hábito de entrar na estrada sem que sua moto atinja uma
velocidade compatível com os outros veículos. Nesse caso, existe o risco
de abalroamento, ou seja: uma colisão traseira. Este risco aumenta
ainda mais quando a moto entra na frente de um veículo pesado. Por conta
do seu peso, tanto o caminhão quanto o ônibus, precisam de mais tempo e
espaço para reduzir a velocidade.
Distância adequada
Um erro bastante comum por parte dos motociclistas é rodar próximo a caminhões ou ônibus, uma manobra chamada de “pegar o vácuo”. Na época de frio, dias de chuva ou garoa é fácil ver motos andando bem próximas aos veículos de carga. Como os veículos são grandes, agem como um grande escudo desviando o ar da frente da moto. O risco é ser surpreendido por uma frenagem de emergência e não ter tempo hábil para frear a motocicleta.
Outro problema é se deparar com um
buraco, animal morto ou pedaço de pneu surgindo por baixo do caminhão ou
do ônibus. Se estiver muito perto do veículo o piloto não terá tempo
para reagir e acabará colidindo com o objeto ou mesmo entrando com a
moto no buraco. Nos dois casos existe o risco de perda de controle e
queda da moto.
Congestionamento na estrada
Nos horários de pico, no começo da manhã e no fim da tarde, as rodovias que cortam ou passam perto de grandes cidades costumam apresentar um tráfego intenso. Esse tipo de situação é um incentivo aos motociclistas a circular no corredor. Porém, o piloto deve levar em consideração que muitos motoristas nem imaginam que uma moto pode estar passando ao seu lado.
Existem os motoristas que mudam de faixa
de forma abrupta – sem olhar no retrovisor e sem usar a seta – e o
resultado pode ser um grave acidente. Muitos alegam não ter visto a moto
(principalmente os caminhoneiros). E isso pode ser verdade, já que em
muitos casos não existe condições de perceber a aproximação do
motociclista. Por mais que o uso do corredor nas cidades seja um hábito
comum, na estrada é preciso cuidado redobrado.
O ideal é não circular entre os
veículos, porém se o motociclista decidir entrar no corredor deve
fazê-lo de maneira cuidadosa. Prestar atenção aos outros veículos e
rodar sempre em velocidade moderada, diminui consideravelmente os
riscos. E, claro, jamais circular entre veículos de carga. A moto é
pequena e não pode ser vista pelo motorista em meio a uma curva, por
exemplo.
Óleo na pista
Próximo aos postos de combustíveis sempre existe uma placa informando redução de velocidade. Caso a pista seja simples, existe a linha continua que proíbe a ultrapassagem. Essa sinalização serve de alerta para os perigosos inerentes a esse tipo de local. Por isso vale reduzir a velocidade e analisar as condições do tráfego. Existe ainda a chance de veículos de carga cruzarem a pista para acessar o posto.
As entradas e saídas de posto de
combustível também podem esconder armadilhas como pedriscos, calçamento
irregular, buracos e até graxa e óleo derramados por caminhões pesados.
Convém reduzir a velocidade e usar os freios com suavidade para não
travar a roda e sofrer uma queda.
Próximo aos postos também é preciso
ficar atento às curvas. Alguns caminhões podem derramar óleo diesel, ou
por culpa de frentistas que se esquecem de fixar a tampa ou ainda pelo
excesso de combustível no tanque. Infelizmente, um problema frequente
nas estradas.
Ultrapassagem
Motos e caminhões não combinam. Além das diferenças de frenagem e aceleração, os veículos de carga oferecem outros perigos como a possibilidade de queda de objetos e detritos. A banda de rodagem do pneu do caminhão pode se soltar e voar na estrada. Por isso o ideal é ultrapassar rapidamente esses veículos ou aguardar o melhor momento para ultrapassar, evitando rodar ao lado de veículos pesados.
Saindo da estrada
A saída da rodovia deve ser feita com atenção e muito bem sinalizada – sempre indique com a seta a direção que vai seguir. Reduza a velocidade com antecedência e avalie as condições do piso e do tráfego antes de acessar alguma alça de acesso ou o acostamento. Após deixar a rodovia é importante prestar atenção ao limite de velocidade nas ruas e avenidas. Mesmo estando próximas, estradas e avenidas são muito diferentes.
Fotos: Mario Villaescusa e Ricardo Jaeger/Infomoto
Fonte: www.moto.com.br