Quem nunca viu um motociclista parado 
no acostamento, brigando para desarmar o alarme de sua moto que 
disparou, inadvertidamente, sem motivo aparente. Acontece que esse tipo 
de situação é mais comum em motocicletas do que em carros, e ocorre 
porque seu sistema elétrico, principalmente dos modelos mais baratos, é 
muito mais desafiador que o dos automóveis, uma vez que tem de ser 
simples e eficiente, sem as proteções e filtros adicionais, como 
ressalta a Pósitron (PST Electronics), empresa que atua com equipamentos
 e sistemas de segurança para veículos.
Além disso, a capacidade de suas 
baterias é menor do que a de outros veículos, ao passo que a tendência à
 oxidação de terminais e conexões é maior, devido à exposição à água das
 chuvas e poças.
Esses, entre outros fatores, 
dificultam a operação dos alarmes de motos que, na maioria dos casos, 
são de presença. Eles funcionam por meio da emissão periódica de sinais 
de radiofrequência do chaveiro transmissor, que devem ser recebidos pela
 central do sistema. Caso a central fique um determinado tempo sem 
receber um código válido, o dispositivo de segurança é acionado.
O problema é que não é possível 
diferenciar a ausência do sinal provocada pela falta do transmissor (no 
caso de um roubo, por exemplo), da ocasionada pela interferência 
elétrica gerada pela própria moto.
Acompanhe algumas dicas para evitar disparos falsos
1) Verifique o nível da bateria do 
transmissor, que varia conforme a marca e modelo do alarme instalado. 
Para as CR2032, as mais comuns, o ótimo desempenho é mantido por seis a 
oito meses. Após este período, o nível do sinal emitido diminui. 
Lembre-se que os chaveiros de presença gastam energia a cada transmissão
 periódica e isso ocorre de forma contínua. Uma dica é procurar por 
dispositivos que possam ser armados e desarmados manualmente, por meio 
do controle remoto. Neste caso, ao programar o equipamento, o sistema 
entende que a motocicleta não está sendo utilizada, e não envia o sinal,
 o que pode estender a duração da bateria por até dois ou três anos. 
Quando o produto é desarmado, as transmissões de presença são retomadas 
automaticamente.
2) Escolha um local adequado para a 
instalação, o que pode ser um grande desafio em motocicletas. No 
entanto, este é um dos fatores mais importantes para conseguir uma 
operação confiável do alarme. Cavidades de metal como as existentes 
embaixo do tanque de combustível devem ser evitadas, pois bloqueiam o 
envio de radiofrequência. Módulos eletrônicos e sistema de ignição 
(bobinas, CDI, Cabo de vela) são grandes fontes de ruído e 
interferência.
Em geral, uma boa posição para alocar o
 dispositivo é aquela que mantém a maior distância possível de grantes 
superfícies metálicas e módulos eletrônicos, e que ao mesmo tempo 
dificulte a localização por bandidos.        
3) As motocicletas são muito mais 
expostas a água e umidade do que os carros. Por isso, utilize conexões 
elétricas protegidas, porque a oxidação nas conexões elétricas pode 
provocar o acionamento indevido de sensores, flutuações no nível de 
tensão de alimentação do módulo e maior suscetibilidade a ruídos e 
interferências. A instalação deve ser executada por profissionais 
capacitados, utilizando materiais adequados e tomando-se cuidados 
especiais com a rota adotada.
4) Verifique a vela de ignição e seu 
cabo, pois se não estiverem em boas condições aumentam o consumo de 
combustível, diminuem a potência da moto e geram alto nível de 
interferência elétrica, o que provoca falhas no link entre o módulo e o 
chaveiro transmissor. Cabos de vela resistivos podem ajudar a suprimir 
interferências indesejadas. Importante ressaltar que esses componentes 
devem ser verificados periodicamente.
5) Mantenha a bateria do veículo em 
boas condições. Além de ser importante para dar partida, o equipamento 
em bom estado estabiliza o sistema elétrico, melhorando as condições de 
funcionamento para alarmes e módulos eletrônicos em geral.
Foto: Pósitron/Divulgação
Fonte: www.moto.com.br 
 

