Kawasaki Vulcan aproxima estilo custom de um número maior de motociclistas e rivaliza com Honda CTX
Texto: Marcelo Assumpção fotos: Mario Villaescusa
A Kawasaki Vulcan S se junta à Honda CTX 700 como porta de entrada para
as custom de maior cilindrada com diferenças importantes não só no
estilo, mas especialmente em uso. Partindo da estética clássica das
custom, a Kawasaki preferiu estilizar e modernizar elementos para atrair
um público urbano mais jovem. Cores como o roxo metálico e o preto
fosco nas peças de aço são prova dessa intenção. Chama atenção o desenho
das rodas, a ponteira do escapamento curto e o amortecedor traseiro
lateral. Só parecem destoar os piscas excessivamente simples e os
espelhos retrovisores grandes e retos.
Montando na Vulcan, percebe-se que ela é mais estreita e os comandos
estão mais próximos do que na CTX, tanto para as mãos quanto os pés. O
banco é menor, mas tem espuma de boa espessura, e no caso da garupa é
mais confortável por contar com mais espuma e formato anatômico, algo
raro na categoria – na Honda a camada é fina e plana. Aqui vale uma
ponderação de acordo com a estatura do piloto e o tipo de uso que
pretende fazer: é inegável que a CTX oferece mais espaço para pilotos de
maior estatura que pretendam viajar e se beneficiarão de manter pernas e
braços mais esticados; por outro lado, se tiver até 1,75m ou for rodar a
maior parte do tempo em percurso urbano, a Vulcan vai melhor.
Acelerar as duas também rende sensações muito diferentes. Quem está
acostumado à linearidade do motor de 670cc da CTX, que parece manter o
mesmo ritmo de aceleração ao longo de toda a faixa de rotações, terá uma
surpresa com a Vulcan. O comportamento é o mesmo da ER-6, que a partir
de médios giros ganha impulso extra, quando a CTX já está perto da faixa
de corte, e segue até passar de 10.000 rpm.
São dois motores de 2 cilindros paralelos com capacidades volumétricas
próximas, mas de concepções e performances quase opostas. Na Vulcan os
pistões têm mais diâmetro do que o curso que percorrem, ou seja, a
Kawasaki prioriza o ganho de rotações e a potência máxima; na CTX o
curso é maior para que entregue torque em baixas rotações e consuma
menos combustível. O resultado é que a Vulcan atinge 61 cv a 7.500 rpm e
a CTX 47 cv a 6.250 rpm. Por outro lado, o torque máximo de 6,4 kgf.m
só é entregue a 6.600 rpm e na Honda é de 6,1 kgf.m disponíveis a 4.750
rpm.
O comportamento dinâmico das duas é uma elogiável exceção no mundo
custom, porque leveza para mudar de direção, frenagem eficiente e
estabilidade nas curvas formam um trinômio difícil de encontrar nesse
segmento. As pedaleiras da Vulcan pedem menos cuidado nas curvas,
demoram mais a tocar o asfalto nos contornos fechados, lembrando que em
contrapartida isso implica em pernas mais flexionadas.
Podemos afirmar que a Vulcan é mais “esportiva” e ágil em todos os
aspectos, oferecendo boa capacidade para uso urbano, e que a CTX é
recomendável para pilotos com mais de 1,80m ou intenção de rodar a maior
parte do tempo nas estradas. A Vulcan está sendo vendida por R$ 25.990 e
R$ 27.990 (ABS). Já a CTX sai por R$ 32.077.
Fonte: www.revistaduasrodas.com.br