O ápice nas vendas do scooter aconteceu em 1986, quando o modelo se aproximou da vice-liderança do mercado, ocupada pela Yamaha
Por Marcelo Assumpção fotos: Mario Villaescusa
A história da Vespa no Brasil é quase tão longa quanto a da própria
marca italiana, mas cheia de idas e vindas. Fundada em 1946, a Vespa
chegou ao país na década seguinte como parte de um processo de
internacionalização, quando foi montada pela carioca Panauto. Os
scooters M3 e M4 saíram da planta no bairro de Santa Cruz de 1958 a 1964
– sempre usando um motor 2 tempos de 1 cilindro refrigerado a ar e
150cc.
O retorno aconteceu durante a instalação da indústria nacional de
motocicletas, quando a Barra Forte passou a montá-la na Zona Franca de
Manaus (AM) a partir de 1974. A motoneta Ciao 50 e o scooter na versão
150 Super foram os protagonistas desta fase que durou dez anos, até que
uma sociedade incluindo Caloi e Piaggio (proprietária da marca Vespa)
formou a Motovespa para impulsionar uma expansão no Brasil.
O icônico modelo PX foi escolhido para a nova fase de crescimento da
marca no Brasil. Tinha linhas mais modernas com vincos e formas
retangulares, um conjunto ótico que destacava os piscas na cor âmbar e a
grande estrela que era o motor de 198cc com ignição eletrônica. A Vespa
PX 200E mantinha a tradição consagrada pelos modelos anteriores no
câmbio de 4 marchas com engates pelo giro da manopla esquerda e na
traseira rechonchuda com as tampas laterais abauladas para abrigarem de
um lado o motor 2 tempos e do outro um estepe.
O sucesso de vendas durante 1986 fez a Vespa se aproximar da
vice-liderança da Yamaha em alguns meses e animou a fabricante a
expandir a linha no ano seguinte com três versões: a topo de linha
Elestart (partida elétrica), a intermediária GT e a básica S.
Resistindo ao tempo
A Vespa se mantinha “cult” e nostálgica, o que a permitia manter um público cativo que não cogitava comparações com os novos scooters japoneses. Era um produto que tinha personalidade, mesmo que tecnicamente já estivesse defasado. No exterior, concorrentes como o Honda Elite – seria importado para o Brasil na década de 1990 como Spacy – já usavam motor de 4 tempos com câmbio automático, consumiam menos gasolina e entregavam melhor dirigibilidade.
O sucesso de vendas de 1986 nunca se repetiu, diminuindo já em 1987 e despencando em 1988. Iniciou-se um processo de decadência até que a produção no Brasil fosse interrompida em 1990, quando apenas os sócios brasileiros permaneciam no negócio, já que a Piaggio havia saído da sociedade. Algumas lojas ainda venderam o estoque de unidades 0 km em 1991, mas a marca só retornaria ao país anos mais tarde como importada, usando tecnologia equivalente à das asiáticas. O modelo PX continuou à venda na Europa até a saída de linha definitiva depois de mais de 30 anos.
Fonte: www.revistaduasrodas.com.br
A Vespa se mantinha “cult” e nostálgica, o que a permitia manter um público cativo que não cogitava comparações com os novos scooters japoneses. Era um produto que tinha personalidade, mesmo que tecnicamente já estivesse defasado. No exterior, concorrentes como o Honda Elite – seria importado para o Brasil na década de 1990 como Spacy – já usavam motor de 4 tempos com câmbio automático, consumiam menos gasolina e entregavam melhor dirigibilidade.
O sucesso de vendas de 1986 nunca se repetiu, diminuindo já em 1987 e despencando em 1988. Iniciou-se um processo de decadência até que a produção no Brasil fosse interrompida em 1990, quando apenas os sócios brasileiros permaneciam no negócio, já que a Piaggio havia saído da sociedade. Algumas lojas ainda venderam o estoque de unidades 0 km em 1991, mas a marca só retornaria ao país anos mais tarde como importada, usando tecnologia equivalente à das asiáticas. O modelo PX continuou à venda na Europa até a saída de linha definitiva depois de mais de 30 anos.
Fonte: www.revistaduasrodas.com.br