Conheça as diferenças entre os tipos de gasolina disponíveis no Brasil e os índices de octanagem que podem influenciar o funcionamento do seu motor
Aditivos e octanagem interferem na performance |
“Comum ou aditivada?” A pergunta que todos nós já ouvimos muitas vezes
vem acompanhada de promessas mirabolantes e informações erradas sobre os
benefícios de pagar por uma gasolina supostamente melhor. No Brasil são
vendidos três tipos de gasolina, comum, aditivada e premium, que além
de aditivos para limpeza do circuito de combustível são diferenciadas
pela octanagem (medida de resistência à detonação). Quanto maior a
medida, em geral melhor, porque o combustível comprimido pelo pistão
resistirá à pré-detonação na câmara até que a faísca seja emitida pelo
sistema de ignição, evitando assim a “batida de pino” e reservando a
combustão ao momento correto.
“Com maior octanagem na gasolina é possível que o motor opere com taxa
de compressão também elevada sem que ocorra pré-detonação, e assim
obtenha melhor rendimento”, explica o gerente de produtos da Petrobras,
Antônio Correia. Por isso é especialmente aconselhável que motores com
taxas de compressão acima de 11:1 usem gasolina premium, que possui a
partir de 91 octanas, contra 87 de comum e aditivada (método
IAD – Índice Anti-detonante). Já nos motores de menor rendimento a
diferença é pouco perceptível, portanto o maior custo não vale a pena.
Para você não errar, os manuais de proprietário indicam qual é o tipo
de gasolina recomendado e alguns fabricantes até colocam adesivo no
tanque alertando para o número mínimo de octanas necessário para
obtenção de melhor rendimento. “Os modelos de maior potência é que
costumam recomendar o uso de gasolina premium”, diz o engenheiro da
Raízen/Shell Gilberto Pose. Por mais atrativos que sejam os nomes das
gasolinas aditivadas, com referências à performance e velocidade, todas
são de 87 octanas. Apenas Petrobras Podium e Shell V-Power Racing são
gasolinas premium de alta octanagem, com 95 e 91 octanas
respectivamente.
As gasolinas vendidas no Brasil saem de refinarias em estado puro para
entrega às distribuidoras de cada marca, onde são misturadas a 27% de
etanol anidro nas gasolinas comum e aditivada e 25% nas premium, além de
receberem eventuais aditivos.