Conceito da XRE é aplicado à base da Bros para criar modelo mais confortável, com motor de capacidade aumentada
A nova Honda XRE 190 começa a ser vendida neste mês para ocupar o
espaço entre Bros 160 e XRE 300, por R$ 13.300. O valor, que é
equivalente ao da CB 250 Twister, inclui ABS apenas no freio dianteiro e
fica entre os R$ 11.257 da Bros topo de linha ESDD e os R$ 15.560 da
XRE 300 básica (sem ABS). A proposta foi aplicar o conceito da XRE
incorporando mais conforto e design à base da Bros, com um motor de
capacidade aumentada, oferecendo uma opção urbana que entrega mais que a
160 para quem não tem fôlego monetário ou simplesmente não precisa da
XRE.
Partindo de chassi, suspensões e conjunto de rodagem da Bros, a XRE 190
inclui um motor com cilindro de maior diâmetro que rende pouco mais de
10% mais potência e torque que o 160, ou seja, proporção semelhante à de
seu crescimento de 162cc para 184cc: a potência sobe de 14,5 cv para
16,3 cv e o torque de 1,46 kgf.m para 1,65 kgf.m (números com gasolina).
Os freios também partem do conjunto da Bros, com os mesmos discos na
dianteira e traseira, mas ganha o chamado “ABS de uma via”, o que
significa que está presente apenas em uma roda, no caso a dianteira. O
recurso foi criado pelas fornecedoras do sistema para reduzir o custo e
alcançar modelos de baixa cilindrada, que já são alvo de obrigatoriedade
na Europa e até 2019 também no Brasil (aqui o sistema combinado CBS
poderá ser uma alternativa).
Passando os olhos pela XRE 190 nota-se a proposta já usada pela 300 com
linhas de ângulos e vincos acentuados como na nova Twister, replicando o
falso para-lama elevado, carenagem fixa separada do guidão, aletas que
alargam o tanque (maior, passa de 12 para 13,5 litros) e banco mais
confortável. Laterais plásticas e traseira são parecidas, com bagageiro
que integra alças e a lanterna embutida por baixo, mas a ponteira de
escapamento cilíndrica da Bros ganha um acabamento com orifício
trapezoidal na extremidade. Pintura metalizada, tampas do motor pintadas
de cinza-escuro e aros de aço cromados em tom cinza transmitem uma
percepção de acabamento superior.
Na prática
Montando na 190 o básico da ergonomia lembra a Bros, com o corpo mais
encaixado à frente do assento, pernas abraçando o tanque estreito e
guidão largo. Acelerando em pista fechada ficou claro que entrega mais
que a 160, mesmo com 6 kg adicionais, e as respostas mais rápidas do
motor evidenciam o aumento de torque. Do câmbio de 5 marchas do conjunto
mecânico 160 restou apenas a 1ª, o restante das relações foi alongado.
Em nossa incursão pela terra também se saiu bem, apesar da proposta da
moto, segundo a Honda, estar voltada ao uso urbano. O longo curso das
suspensões (180 mm na frente e 150 mm atrás, como na Bros) com aro de 19
polegadas absorve bem as imperfeições e mostra que está preparada para
engolir os buracos de nossas metrópoles. A primeira sensação ao subir na
moto é de que as suspensões são muito macias e cedem facilmente, assim
como na Bros, mas rodando com ela percebe-se que foi feita para absorver
o que aparecer pela frente. Quanto ao ABS, que é outra grande evolução
sobre a Bros, responde sem surpresas e com bom acerto assim como o da
XRE, inclusive para pisos de baixa aderência. Os freios revelam bom tato
e pegada, como é característico dos sistemas usados pela marca.
A criação da XRE 190 vem preencher um espaço potencial que a Honda
estima em 2.700 unidades mensais, 60% mais que as vendas de XRE 300. O
público-alvo é de proprietários de Bros e concorrentes usadas, mas outra
parcela importante deve vir do redirecionamento de quem não tem renda
suficiente para conseguir aprovação de financiamento para as trail 250 e
300. Se a previsão da Honda se confirmar a XRE 190 será a 2ª mais
vendida da categoria, atrás apenas das 11.200 unidades da Bros e com
larga vantagem sobre as Yamaha XTZ 125, 150 e 250.
Fonte: www.revistaduasrodas.com.br