Mercado de motos já negociou mais de 1.500.000 unidades em 2016 |
As vendas de motos zero quilômetro despencaram nos últimos anos. O
mercado encolheu tanto que os números de hoje são próximos aos
alcançados há uma década. Segundo dados da Fenabrave – entidade que
reúne os distribuidores de veículos -, o segmento de duas rodas deve
encerrar o ano com 1.120.520 unidades emplacadas, retração de 12% em
comparação a 2015 (1.273.250 unidades). Se o mercado de motos novas não
vai bem, o de modelos usados apresenta números mais otimistas. Na média
dos primeiros sete meses do ano, para cada moto nova vendida, 2,52
usadas foram comercializadas em todo o território nacional. Ano passado,
a proporcionalidade entre usadas e novas era de 2,16. No acumulado
deste ano, 1.575.153 motos usadas trocaram de mãos. No mesmo período,
somente 626.192 motocicletas zero foram licenciadas. As usadas mais
procuradas, com 53,07% do total, têm até seis anos de uso. Nesta faixa,
quase 836 mil unidades foram repassadas para novos proprietários (veja tabela completa abaixo).
Há alguns fatores que aceleraram o aquecimento das vendas de usadas e
seminovas. Por exemplo, o menor preço em comparação com um modelo novo.
Outro fator é o baixo índice de aprovação de crédito junto às
instituições financeiras para aquisição de um modelo “0KM”. “No mercado
de usadas há a possibilidade de uma negociação individualizada, sem
intermediários, na qual existe certa flexibilização para fechar o
negócio”, afirma Alarico Assumpção Jr., presidente da Fenabrave. Além da
compra à vista e a contratação de um financiamento, muitos lojistas e
concessionárias adotaram o cartão crédito como alternativa. Algumas
lojas parcelam a moto (nova e até usada) em até 12 vezes direto no
cartão.
Para o consultor de vendas Marcelo Camargo, o mercado de motos usadas é
uma oportunidade para o consumidor subir de categoria ou adquirir um
modelo com menos anos de uso. “Este motociclista busca uma atualização
de seu bem até chegar numa zero. Uma moto mais nova exigirá menor gasto
com manutenção”, explica Camargo. O consultor da concessionária Suzuki
Nacar afirma que os modelos entre R$ 15 mil a R$ 30 mil estão em alta.
Já o vendedor Thiago dos Santos, da loja paulistana Avant Motos, é
especializado em motos pequenas e nacionais entre 110 a 500cc. “No
primeiro semestre vendemos, em média, 40 motos/mês. Nosso maior volume
de vendas está nos modelos street direcionados para o trabalho”, afirma
Santos.
Confira dicas para comprar uma usada sem dor de cabeça
Se a documentação da moto que está em seus planos estiver em dia e a
numeração do chassi não apresentar nenhum tipo de alteração, o
importante agora é verificar alguns itens da parte mecânica e também da
estética do modelo escolhido:
Além da documentação, verifique outros aspectos da moto, como vazamentos, barulhos e amassados
1) Com a moto em funcionamento, verifique se há algum barulho estranho no motor, vazamentos nas juntas ou queimando óleo. Se o motor soltar fumaça branca é sinal de problemas sérios.
2) Se a moto ficou parada por muito tempo sem os devidos cuidados pode haver entupimentos ou trincas nas mangueiras, a bomba de combustível (ou de água, se houver) também pode apresentar defeitos. Ou seja, nem sempre a moto que rodou pouco é sinônimo de bom negócio.
3) É fundamental fazer um test-ride. Assim o futuro proprietário poderá avaliar e conferir a estabilidade, o comportamento das suspensões e a eficiência do sistema de freios.
4) Verifique trincas na pintura e pequenos amassados no tanque, paralamas e rabeta. Tais sinais podem indicar quedas. Verifique pontos de ferrugem, condições do kit de transmissão (corrente, coroa e pinhão), parte elétrica e pneus. Preste atenção também às pedaleiras, manoplas e manetes, caso estejam muito gastos podem indicar alta quilometragem. Não confie somente no hodômetro.
5) Se o vendedor apresentar o Manual do Proprietário e a chave reserva é sinal que ele era cuidadoso. Outro sinal de boa manutenção pode ser conferido no uso de componentes originais como os pneus, por exemplo. (Por Aldo Tizzani)
Fonte: infomoto