Modelo de 900cc que é uma variação da Street Twin começa a ser vendido no país.
Que a Bonneville é um ícone da Triumph, e até da tradição inglesa de se
fazer motos, ninguém duvida. Com o crescente interesse por modelos
retrô a fabricante ampliou esta linha que hoje representa metade das
vendas globais e ¼ das unidades comercializadas no Brasil – aqui a
família ainda não está completa e a Tiger 800 desperta interesse acima
da média dos outros países. Com a chegada da Street Cup, variação café
racer da Street Twin, a linha retrô passa a ter quatro modelos no país:
uma café racer e uma clássica mais convencional de 900cc e outro par de
1.200cc (Thruxton e Bonneville). Mais dois modelos estão programados
para desembarcar em maio, a Scrambler 900 e a Bobber 1200. Todas com um
vasto catálogo de acessórios Triumph para customização na própria
concessionária sem prejuízo à garantia.
Antes de explicarmos o que há de novo na Street Cup quando comparada à
Street Twin que a originou vale a pena pontuar que as diferenças entre
as famílias de 900cc e 1.200cc vão além de cilindrada e preço, por isso a
marca acredita que haja espaço para duas café racer na linha. As Street
de 900cc estão direcionadas a um público urbano, em geral mais jovem,
por isso são mais leves e a entrega de potência suave, além de
despojadas na estética. Já a família 1.200cc exibe níveis de
sofisticação estética e performance elevados, a própria Thruxton é
claramente muito diferente da Street Cup: design mais tradicional e
purista, usa componentes de motos esportivas e responde ao acelerador de
forma arisca, afinal produz quase o dobro de potência. É uma retrô para
quem quer de fato acelerar, enquanto a Street Cup preserva um nível de
conforto maior e é mais adequada para conduzir em ambiente urbano ou
mesmo passear sem pressa.
Em relação à Street Twin, a café racer Cup recebe mudanças na geometria
e a nova estética inclui uma pequena carenagem sobre o farol, guidão
baixo ao estilo “morcego” com retrovisores nas extremidades, painel com
dois mostradores (ganha o conta-giros analógico) e banco que simula um
monoposto com capa escondendo a garupa. A pintura é bicolor amarela ou
preta, sempre com aplicações de cinza nas laterais, e o acabamento de
alguns componentes varia, como as ponteiras que passam a ser pretas.
Controle de tração e ABS continuam itens de série.
Na prática
Com o guidão mais baixo e o corpo fica levemente flexionado para
frente, nada que chegue a ser cansativo, mas em percurso urbano é
preciso manter atenção aos retrovisores para que não batam nos dos
carros. No percurso de São Paulo até a região serrana de São Roque, a 70
km da capital, a posição de pilotagem não gerou desconforto; o mesmo
podemos dizer do novo banco, que tem espuma macia. A capa que cobre a
parte de trás pode ser retirada soltando-se dois parafusos.
O motor permanece de 2 cilindros paralelos com oito válvulas e
refrigeração líquida, que entrega bastante torque em baixas rotações
(máximo de 8,15 kgf.m já disponível a 3.230 rpm) deixando as respostas
ao acelerador rápidas, a pilotagem mais agradável e divertida. Faz até
esquecer a potência de “apenas” 55 cv a 5.900 rpm. As mudanças de
direção ficaram claramente mais ágeis com o ângulo de cáster reduzido de
25,1° para 24,3° e o trail diminuído de 102,4 mm para 98,7 mm. Novos
amortecedores também elevaram sutilmente a traseira, redistribuindo mais
peso para o eixo dianteiro.
Outra modificação da Street Cup é a troca da pinça de freio dianteira
por uma Nissin que aumenta a potência do sistema, embora seja de dois
pistões e mantenha o disco simples da Twin. A atuação do ABS segue
eficiente, entrando em ação quando é realmente necessário e sem
interferências precoces que ampliem a distância até a parada.
Apesar da base compartilhada as diferenças estéticas e dinâmicas da
Street Cup são evidentes e efetivas. O preço é de R$ 41.990, já a Street
Twin por enquanto só tem unidades 2016 à venda pelo preço promocional
de R$ 36.500.
Fonte: www.revistaduasrodas.com.br