Depois da 883 Iron essa Forty-Eight® tem toda cara de “moto macho”, se é que se pode identificar uma moto assim. Nessa versão específica da série Sportster,
o que mais chama atenção é o tanque de gasolina – Nos anos 70 os
hippies motociclistas tinham verdadeira adoração a esse aspecto
psicodélico da pintura que eles chamavam de “metal flaked”.
Tanque com pintura metalizada azul, era a última moda nos anos 70 para os Hippies que confeccionavam choppers. |
A Forty Eight tem 5 cores disponíveis, duas metalizadas. |
Essa pintura era bastante cara, realizada apenas por especialistas,
nunca fornecida pelos fabricantes e somente os mais criativos e com bons
recursos conseguiam ter um capacete, um tanque de gasolina ou a moto
inteira, pintada com esses flocos metálicos. Agora, para os curtidores
da nostálgica pintura a Harley-Davidson incorpora na sua Forty-Eight® dois tons metálicos: este que a fábrica chama de “Hard Candy Cancun Blue Flake” e “Big Red Flake” em tom avermelhado.
O Trem azul mostra que tem classe com linhas simples onde se destaca o tanque “peanut”. |
O estilo é espartano e despojado. Tem linhas clássicas e utiliza
componentes de uma época importante, a exemplo desse tanque que faz da
Forty Eight uma representante de um momento histórico para a marca. Foi
no tempo em que a Harley-Davidson era uma subsidiária da AMF (American
Machine and Foundry) uma empresa bastante diversificada que veio ter
problemas com seu setor de motocicletas, porque ela tinha adquirido
muito equipamento para fabricação de peças e componentes de fibra de
vidro, que não foram bem utilizados na fabricação de motocicletas e as
vendas despencaram. Os então funcionários, Willie G. Davidson,
descendente de um dos fundadores e Vaughn Beals, diretor executivo do
ramo de motocicletas da AMF organizaram um grupo para comprar a empresa e
recuperar o mercado dessa marca emblemática. A Harley-Davidson tinha
novamente um nome do fundador entre seus líderes, estava de volta à
família.
Andando nela você fica na posição clássica das “bobbers”, reforçada com a imagem do para-lama com banco solo. Garupa aqui não tem vez. |
As Sportsters são motos da linha “leve” da HD e essa 48
tem um apelo todo especial. O nome vem do motor que tem esse número de
polegadas cúbicas em deslocamento volumétrico, que em centímetros
equivalem a 1200cc. Então esse motor Evolution®,
tem nas suas entranhas o famoso torque das 1200, com o seu ronco
inconfundível. Nele se inclui também muito equipamento eletrônico. Agora
todo sistema elétrico é administrado por uma central que determina qual
componente deve receber energia, economiza-se cobre nos fios. O sistema
de alarme é integrado com a ignição, se você se aproximar da moto com a
chave, ela te “autoriza” a ligar o botão do motor, que faz o papel de
uma chave geral e então você pode dar a partida e sair com ela. Muito
prático para o dia-a-dia porque ela ativa e desativa as funções de
segurança da motocicleta, conforme você se aproxima ou se afasta da
moto.
A chave de contato é esse botão “run” – Um sensor percebe a aproximação do motociclista portando a chave e o “autoriza” a ligar a moto – Os espelhos por baixo do guidão você estranha um pouco mas deixam o visual mais despojado ainda |
Andando nela você vai perceber a posição tradicional das verdadeiras
custom, pés para a frente com a coluna levemente arqueada para buscar o
guidão “slammed” com curvas amenas mas até que bem largo. A moto é
baixa, o banco está a meros 65cm de altura, de forma que seus pés tocam o
chão com muita facilidade. Então, de novo, no dia-a-dia fica fácil
conviver com ela, principalmente na cidade, é definitivamente uma moto
urbana.
Outro motivo é o tanque “peanut” que para deixar o motor à mostra
leva pouca gasolina, apenas 7,9 litros. Por isso, a autonomia da moto é
baixa, ainda mais para uma 1200. Em viagens você vai parar a cada 120 Km
mais ou menos para reabastecer, vira freguês do posto, mas para o
“connoisseur” isso é um mero detalhe.
Geometria clássica de custom, com rodas grandes ganha ainda mais estabilidade |
Nas curvas, as largas pedaleiras avançadas raspam os sensores de
inclinação no chão com facilidade, mesmo assim você tem bom controle e
velocidade em curvas. As belas rodas pretas com cubos polidos inspiram
segurança por causa do seu tamanho. Os freios com ABS respondem com boa
velocidade, sem interferir na pilotagem. Por causa da grande tração que
oferecem esses pneus da Michelin, há boa reserva de segurança para todas
as manobras que você se inspirar a realizar com essa moto.
O ângulo do rake, o longo trail e a grande distância entre eixos fazem da Forty Eight
uma moto bastante estável nas retas, e a suspensão rebaixada absorve
bem as irregularidades das nossas ruas. O banco baixo, a boa pegada do
guidão e o baixo centro de gravidade deixam-na mais ágil do que se
poderia esperar, o grande torque a essa mobilidade deixam a moto
bastante divertida de se andar.
O visual descolado dos anos 70 com destaque na pintura do tanque, rodas pretas com cubos brilhantes e o banco solo fazem dessa moto uma boa escolha para quem gosta dessa escola e curte a sua história. Tem bastante.
08.04.2015
Fonte: http://www.motonline.com.br