Carlos Bazela
O estilo naked e a motorização boxer tem
sido receita de sucesso para a BMW desde os primórdios da marca bávara,
há quase cem anos. Mas, isso não significa que a fabricante alemã
precise necessariamente investir em motos com estilo retrô. Prova disso é
a nova geração da R 1200R, que abre mão do visual clássico da versão
anterior para ganhar linhas e mecânica mais modernas, incluindo o novo
propulsor de refrigeração líquida. Sem falar no generoso cardápio
eletrônico, sempre presente nos modelos mais recentes da casa de
Munique.
O design mais moderno da nova naked
alemã, apresentada no Salão de Colônia, em outubro de 2014, pode ser
notado pelas linhas angulosas do tanque, que tem capacidade para 18
litros, e pelo subquadro tubular que agora fica à mostra. De aparência
mais estreita, a R 1200R abandonou também a suspensão dianteira
Telelever – e a estrutura robusta em volta dela – para adotar um garfo
invertido (upside-down) de 140 mm de curso, que reforça a esportividade
da moto. Já o farol redondo deu lugar a uma moderna peça poligonal com
duas lâmpadas uma sobre a outra. O escape, por sua vez, está com formas
mais atuais e agora está do lado direito, com o monobraço traseiro
segurando a roda pelo lado esquerdo.
O novo perfil da moto e alguns elementos
incorporados, como o conjunto óptico e a suspensão dianteira, são
nitidamente inspirados pela Concept Roadster. O modelo, mostrado pela
BMW em meados do ano passado, causou impacto quando revelado e muitos
chegaram a acreditar que entraria em produção. Ao que tudo indica,
entretanto, o protótipo serviu com estudo de design e funcionalidade
para a R 1200R, que já está disponível no mercado europeu.
Novo boxer
A R 1200 R era o único modelo da família bávara que ainda não havia recebido a nova geração do motor boxer de 1.170 cm³ com arrefecimento líquido em seus dois cilindros opostos. Assim como em suas “irmãs”, o emprego do propulsor trouxe mais potência e torque: agora são 125 cv a 7.750 e pode oferecer até 12,7 kgf.m a 6.500 giros. O novo boxer também é mais compacto e favorece à proposta de naked ágil que a BMW imprimiu em sua “roadster”. O câmbio, todavia, continua sendo de seis marchas e a transmissão final por eixo-cardã.
No campo da ciclística, mais mudanças.
Começando pelo novo quadro tubular em aço, feito para acomodar o motor
como parte da estrutura. Já o subquadro agora tem uma função a mais:
além de suportar a rabeta com rigidez, ele também complementa o design
da moto, uma vez que não é mais coberto pelos painéis plásticos.
Reforçando a postura esportiva que a naked adotou, os discos de freio,
duplos com 320 mm de diâmetro na frente e único de 276 mm atrás, passam a
ser mordidos por pinças Brembo de fixação radial. O ABS é de série e
pode ser desligado.
Para completar, o assento, antes
arredondado e em dois níveis, foi substituído por duas peças separadas
para piloto e garupa. Com isso, sua altura diminuiu 10 mm e o condutor
agora vai acomodado a 790 mm do chão. A nova R 1200R pesa 231 kg em
ordem de marcha.
Mais moderna e eletrônica
Uma vez que a BMW já conta com a R nineT em seu line-up para atender aos fãs de modelo com apelo clássico, a marca bávara aproveitou a reestilização da R 1200R para incorporar nela seu famoso catálogo de eletrônica. Além do ABS, a naked traz como item de série o controle de tração da BMW (ASC) e dois modos de pilotagem: “Road” e “Rain”, que regulam a entrega de potência.
A marca bávara ainda oferece à parte um
pacote “Pro”, com dois modos extras de pilotagem: “Dynamic” e “User”, e
um controle de tração ainda mais completo (Dynamic Traction Control),
que leva em conta a inclinação da moto ao atuar. Outra novidade opcional
é a geração mais recente do Dynamic ESA (Eletronic Suspension
Adjustment). Com duas opções de configuração, “Road” e “Dynamic”, a
suspensão se adapta automaticamente ao piso para garantir conforto e
estabilidade. Fechando a gama de extras sob encomenda, há também o
câmbio assistido que permite subir as marchas sem a necessidade de
acionar a embreagem.
A nova R 1200 R já está disponível na
Europa e na Alemanha, seu país de origem, ao preço de 12.800 euros
(cerca de R$ 44.000). Lá, ela é mais barata do que a S 1000 R e a R
nineT, que custam 13.100 euros e 14.700 euros, respectivamente. No
Brasil, a geração anterior da R 1200R foi vendida em 2013 pelo preço de
R$ 61.500. Como a nova versão deverá chegar ao Brasil, embora a BMW não
confirme oficialmente, podemos esperar uma etiqueta de preço com valor
entre os R$ 62.900 cobrados aqui pela R nineT e os R$ 67.800 da S 1000
R, sendo que esta última está disponível no nosso mercado apenas em sua
versão mais completa.
Fonte: http://www.moto.com.br